Jaracatiá: descubra os segredos dessa fruta também chamada de mamão bravo
28/05/2019
Você pode até nunca ter ouvido falar dessa fruta, mas com certeza vai querer provar o jaracatiá. Também chamada de mamão bravo, a fruta do jaracatiazeiro é umas das delícias tipicamente brasileiras.
Amarela, com formato que lembra uma papaia, o jaracatiá quando aberto se parece com um maracujá: polpa amarela e viscosa e diversas sementes espalhadas pelo interior.
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Mais comum nos estados de Mato Grosso e São Paulo, a fruta pertence ao bioma da Mata Atlântica. Apesar disso, ela pode ser encontrada em todos os estados do Sudeste. Um dos entraves para que seu consumo seja maior é sua característica altamente perecível. Por isso, a fruta precisa ser processada ou consumida logo após a colheita, o que dificulta sua expansão.
Conheça detalhes dessa fruta exótica e apaixone-se por mais um pedacinho do Brasil.
Definindo o jaracatiá
Não é a toa que o jaracatiá é chamado de mamão bravo: a planta faz parte da família dos mamoeiros. Além disso, pode-se dizer que existem quatro gêneros diferentes:
- Carica, com 22 espécies da América (do México ao Chile e Argentina; e para o leste do Brasil);
- Jacaratiá, com seis espécies, sendo quatro do Brasil e dois do México;
- Jarilla, com uma espécie do México e Guatemala;
- Cylicomorpha, com duas espécies da África Equatorial
Apesar dessa grande profusão de espécies, a única que realmente é reconhecida popularmente pelo nome de jaracatiá é a espécie brasileira J. spinosa. Daí o entendimento de tratar-se de uma fruta típica do País.
A palavra jaracatiá deriva do tupi – yara-cati-á – que significa o indivíduo de fruto cheiroso
Se o cheiro da fruta inibiria, seu sabor também é famoso. Com toque levemente azedo, o jaracatiá é famoso por ser ingrediente de compotas que não exageram no doce.
A alcunha de mamão bravo ainda tem uma explicação em sua polpa. A fruta, quando madura, produz uma espécie de látex que pode causar inchaço nos lábios e febre. Mas não se preocupe, esse efeito some quando o cozinhamos. Mais um motivo para as compotas serem a principal receita dos apreciadores.
Jaracatiá e o interior de São Paulo
São Pedro, município localizado no interior do estado de São Paulo, tem uma história de amor com o jaracatiá. Localizada no vale do Itaqueri, a cidade sempre teve abundância das árvores de jaracatiá.
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Com essa abundância, era de se esperar que o consumo fosse alto. Isso de fato ocorria e o doce de jaracatiá já era produzido desde o século XVIII. Assim, o doce de Jaracatiá, já muito famoso na cidade, ganhou nesse período a fama de Tâmara brasileira. A chegada do século XX, entretanto, quase causou a extinção da fruta. Além disso, com o envelhecimento das doceiras antigas da cidade que dominavam a técnica, o doce parou de ser confeccionado.
Foi necessário esforço da população local para que a tradição culinária da região ressurgisse. Porém, hoje a fruta é considerada símbolo do local.
Por que consumir a fruta?
Se toda a história do jaracatiá ainda não te convenceu que vale a pena prová-lo, talvez sua composição nutricional seja o incentivo que faltava. Assim como toda fruta, o mamão bravo possui baixo valor calórico e um ótimo aporte de vitaminas e minerais.
De acordo com um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), o jaracatiá apresenta uma boa quantidade de vitamina C: cada 100 gramas da fruta apresentam 34 miligramas do nutriente.
Esse valor é interessante, pois representa mais de 30% da recomendação diária para um homem adulto.
Outro nutriente que merece destaque é a fibra alimentar. A necessidade de ingestão de fibras totais para homens de 14 a 50 anos é de 38 g/dia (100g/dia de jaracatiá fornecem 17,6% das necessidades diárias de fibras totais) e de 50 a 70 anos ou mais é de 30 g/dia (100g/dia de jaracatiá fornecem 22,3%). Para mulheres de 14 a 18 anos a necessidade é de 26 g/dia (100g/dia de jaracatiá fornecem 25,7%), de 19 a 50 anos é de 25 g/dia (100g/dia de jaracatiá fornecem 26,7%) e de 50 a 70 anos ou mais é de 21 g/dia (100g/dia de jaracatiá fornecem 31,8%)

O estudo da ESALQ ainda conseguiu diferenciar a quantidade de fibras solúveis e insolúveis.
As fibras solúveis são aquelas que, em contato com a água, forma uma espécie de gel. Esse gel faz com que a absorção dos nutrientes pelo o intestino ocorra de maneira mais lenta, o que contribui com o controle da glicemia e da gordura no sangue.
Já as fibras insolúveis permanecem intactas por todo o trato gastrointestinal e são responsáveis pelo aumento do bolo fecal, o que ajuda no trânsito intestinal. Além disso, são elas que contribuem com a sensação de saciedade.
Que tal conhecer um pouco mais sobre frutas exóticas e saborosas? Em nosso blog você encontra uma série de posts sobre variedades incríveis e diferentes que podem te ajudar a inovar na cozinha.
Fonte: Hortifruti, 28 de maio de 2019

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