O jambu de Dona Onete
Quando dois grandes êxitos do Pará se misturam, o resultado não poderia ser diferente: ainda mais sucesso. Foi assim que a música “Jamburana” ganhou Brasil e o mundo na voz inconfundível de Dona Onete, que juntou o jambu – erva típica da região amazônica do País – com o carimbó – ritmo contagiante do Norte.
Também conhecido como agrião do Pará, jambuaçú e jamburana, o jambu é uma erva nativa da Amazônia. Possui grande importância cultural e culinária nos estados do Amazonas, Acre, Pará e Rondônia. É encontrado em hortas domésticas e cultivado com finalidade comercial por pequenos agricultores. Seu sabor é levemente ácido e picante e, ao ingeri-lo, você pode sentir uma leve dormência nos lábios.
Foi exatamente essa característica que inspirou a música “Jamburana”. Com versos que falam: “O jambu treme, treme” e “A boca fica muito louca”, Dona Onete – uma senhora de 73 anos, voz rouca e grande sensualidade – traduziu em poesia a sensação indescritível de saborear a erva.
Nos últimos anos, a hortaliça conquistou mercados nacionais e internacionais. Porém, como é quase exclusivamente cultivada em pequenas propriedades, a produção do vegetal não está contabilizada nos dados oficiais. Estima-se, entretanto, que 240 mil maços de jambu sejam consumidos só no almoço do Círio, um banquete religioso em homenagem à santa católica Nossa Senhora de Nazaré.
Abaixo você encontra mais informações sobre essa erva que tem um lugar especial na culinária (e na música) brasileira.
Jambu e a dormência na boca
A sensação de dormência causada pelo jambu é acompanhada pelo aumento da salivação. A responsável é uma substância chamada espilantol. Ela está presente principalmente nas flores do jambu e é utilizado em diversos segmentos, como na indústria farmacêutica, na de higiene pessoal, de cosméticos e até mesmo em produtos eróticos.
Recentemente, uma pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas conseguiu extrair um óleo essencial do jambu, rico em propriedades antioxidantes (compostos capazes de atrasar ou inibir a oxidação de substratos que leva ao envelhecimento das células), diuréticas e anti-inflamatórias. O composto obtido é abundante em espilantol e voltado à indústria farmacológica.
Jambu é ingrediente indispensável na culinária paraense
Também já explorado em outras áreas, o emprego mais comum da hortaliça é na culinária. Na região Norte do País, o uso das folhas e do seu talo é indispensável para a produção de receitas típicas, como o pato no tucupi (mais comum no Pará), o tambaqui no tucupi (mais comum no Amazonas) e o tacacá, cujos ingredientes são o tucupi, a goma de mandioca, o jambu e o camarão seco. Além disso, a folhagem é utilizada em cozidos e sopas.
Você já conhece um pouco mais sobre o jambu. Agora, que tal fazer como Dona Onete e se render ao sabor dessa hortaliça?
Fonte: Hortifruti, 30 de maio de 2018

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