Palmito pupunha, juçara e de açaí: você sabe qual a diferença?
27/11/2018
Perfeito para compor as mais variadas preparações, o palmito é um alimento leve e versátil, ideal para incrementar pratos diversos. Sendo assim, com sabor levemente ácido, o palmito é suculento e saboroso. Mas você sabe o que é um palmito?
Além disso, conhecido como o coração da palmeira, trata-se de um cilindro branco contendo, em seu interior, camadas de fibras enroladas de textura macia e lisa. Em resumo, existem, basicamente, três tipos de palmitos: açaí, pupunha e juçara.
- Palmito pupunha: Apresenta sabor suave, possui um tamanho maior e é mais macio se comparado aos outros.
- Palmito juçara: Nativo da Mata Atlântica, geralmente é mais vistoso e carnudo que os demais palmitos. Sua forma de extração é agressiva e já levou a palmeira a correr risco de extinção.
- Palmito de açaí: O palmito-açaí é macio e suculento e parecido com o Juçara. Sua extração é menos agressiva do que a do anterior.
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A saber, um aspecto interessante da produção de palmeiras de pupunha é que, na região Norte do País, os frutos da árvore também são consumidos. Nesse sentido, eles são geralmente cozidos em água e sal ou utilizados na forma de óleo e farinha. Recentemente, os frutos também têm sido utilizados na fabricação de geleias, sucos e compotas.
Aspectos nutricionais dos palmitos
De maneira geral, qualquer uma das opções de palmito é saudável e pouco calórica: 100 gramas do alimento não chegam a contar com 30 calorias. Contudo, para poder aproveitar realmente os benefícios nutricionais, vale a pena consumir o alimento in natura. Isso porque, quando o compramos em conserva, a quantidade de sódio é muito mais elevada. Além disso, a quantidade de outros nutrientes, como a fibra, tende a ser menor.
De acordo com dados do livro Plantas Alimentícias Não Convencionais no Brasil de 2014 e da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), 100 gramas de palmito juçara em conserva apresentam 3,2 gramas de fibra alimentar. Já a mesma quantidade do alimento in natura possui 9,2 gramas. De forma inversa, a quantidade de sódio do alimento em conserva é de impressionantes 514 miligramas, enquanto da versão sem processamento é de 218 miligramas.
O uso do palmito e a economia
O uso do miolo da palmeira na alimentação é antigo. Só para exemplificar, na carta que Pero Vaz de Caminha escreveu a respeito da chegada da esquadra de Cabral às terras brasileiras (ainda sem nome oficial na época), existe um grande destaque ao alimento.
“Andamos por aí vendo a ribeira, a qual é de muita água e muito boa. Ao longo dela há muitas palmas, não muito altas, em que há muito bons palmitos. Colhemos e comemos deles muitos.”
Mesmo assim, ainda que o uso fosse conhecido, a exploração econômica do palmito é recente. A propósito, a atividade só sé tornou relevante a partir da década de 40. Atualmente, o Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de palmito no mundo. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Palmito (Anfap), o País responde por 85% da oferta mundial. Além disso, 90% da produção nacional tem origem na Amazônia, principalmente do Pará (os outros 10% provêm de Santa Catarina e do Paraná).
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É inegável que qualquer um dos três tipos de palmito é uma delícia. Entretanto, quando estamos falando de cuidado com o meio ambiente, o Pupunha salta na frente. Isso porque a produção dos tipos juçara e de açaí ainda é baseada na exploração de espécies nativas. Nesse sentido, a extração de palmitos dessas espécies contribui para a extinção das mesmas, já que a palmeira, em especial a da juçara, morre após a colheita do palmito.
A pupunha, por outro lado, tem se mostrado uma boa opção para o cultivo de palmito com sustentabilidade ambiental. Assim, além de emitir novos brotos por até 10 anos, a pupunha tem a vantagem de ser precoce, pois começa a produzir palmito 18 meses após o plantio.
Além disso, outro diferencial desse tipo de plantio é que o palmito não escurece rapidamente. Como resultado, isso faz com que seja possível armazenar a planta por mais tempo.
Fonte: Hortifruti, 23 de novembro de 2018
Referências:
- KALIL FILHO, A. N.; DE RESENDE, Marcos Deon Vilela. Melhoramento de palmáceas. In: Embrapa Florestas-Artigo em anais de congresso (ALICE). In: WORKSHOP SOBRE MELHORAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS E PALMÁCEAS NO BRASIL, 2001, Curitiba.[Anais.]. Colombo: Embrapa Florestas, 2001. p. 95-114., 2001.
- KINUPP, Valdely Ferreira; LORENZI, Harri. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2014.
- Rodrigues, Aníbal dos Santos. O agronegócio do palmito no Brasil / Aníbal dos Santos Rodrigues e Maria Eliane Durigan – Londrina: IAPAR, 2007. 131 p. – ( IAPAR. Circular técnica, 130)
- Tabela brasileira de composição de alimentos / NEPA – UNICAMP.- 4. ed. rev. e ampl.. — Campinas: NEPA- UNICAMP, 2011. 161 p.

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