Tâmara: tradição e sabor vindos do mundo árabe
24/06/2019
Uma tâmara, dizem os povos árabes, é o suficiente para um beduíno se manter em marcha por três dias. No primeiro dia, o nômade come a pele, no segundo se delicia com o fruto e no terceiro acaba com o caroço. A fruta está também envolta em outras tradições e carrega diversos significados. Por exemplo, é considerada sagrada para algumas populações e a presença de uma tamareira junto às casas indica hospitalidade para outras.
De cor avermelhada e polpa fibrosa, pressupõe-se que a tâmara tenha origem na zona desértica do Oriente Médio. Atualmente, são cultivadas maioritariamente no Norte de África e em áreas específicas do subcontinente indiano. Os maiores produtores da fruta – responsáveis por 98% do total comercializado – são Egito, Irã, Arábia Saudita, Paquistão e Iraque.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as tâmaras são um cultivo de subsistência de extrema importância em quase todas as regiões desérticas. Para milhões de pessoas, as tâmaras são também parte vital da cultura e da agrobiodiversidade de suas regiões.
A tamareira
O nome científico da tamareira é Phoenix dactylifera. A tamareira é uma palmeira que tem entre 15 a 20 metros de altura, com folhas atingindo até três metros de comprimento.
O nome dado ao gênero da tamareira (Phoenix) é de origem grega e não está relacionado com a ave mítica que renasce das cinzas mas com a Fenícia – local de onde os gregos acreditavam que a fruta era originária.
Os frutos nascem em cachos, de forma semelhante ao crescimento do açaí. A colheita vai de agosto a outubro, mas as tâmaras podem ser encontradas o ano inteiro.
A rainha das tâmaras
Existem cerca de 50 variedades de tâmaras – todas famosas pelo seu sabor adocicado. Essas variações se dividem em três tipos diferentes:
- A suculenta (ou mole)
- A semi-seca
- Seca
Integrante do grupo das suculentas, a tâmara de medjoul é uma atração à parte. De origem marroquina, a medjoul – que em árabe significa desconhecida – é considerada a rainha das tâmaras.
É uma variedade inconfundível. Três vezes maior do que as demais e muito mais doce. É utilizada como matéria-prima do silan, mel de tâmara, produto utilizado como adoçante natural.
Assim como outras variedades, a medjoul é uma fruta com uma coloração que vai do marrom ao roxo escuro. A casca é lisa e a polpa é extremamente cremosa.
Como consumir tâmara
As tâmaras podem ser consumidas de diversas formas. Muitas pessoas conhecem e consomem apenas a versão seca da fruta, geralmente nas comemorações de fim de ano.
Entretanto, a tâmara pode ser utilizada como aperitivo, prato principal e sobremesa, ou seja, uma fruta ideal para quem gosta de se arriscar na cozinha e surpreender.
É possível encontrar preparos de entradas com a tâmara recheada (amêndoas, pistache e queijo são os recheios mais comuns). Como prato principal ela combina perfeitamente com frango e folhas e, na hora da sobremesa, pode ser consumida in natura ou na forma de tortas e pudins.
As possibilidades são inúmeras e, apesar de ser uma fruta estrangeira, já é possível encontrá-la nos mercados brasileiros com uma certa facilidade.
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Propriedades nutricionais
A tâmara, apesar de pequena, possui um perfil nutricional muito interessante, principalmente se levarmos em consideração a quantidade de fibras.
É considerada uma excelente fonte de desse nutriente, uma vez que 100 gramas da fruta apresentam 8 gramas de fibra. Isso representa 35% das necessidades diárias de um ser humano adulto.
Além disso, possui um bom aporte energético. 100 gramas da fruta seca possuem 282 calorias.
Dentre as vitaminas e os minerais, as tâmaras se destacam pela quantidade de potássio presente em sua composição. Cada 100 gramas apresentam 656 miligramas de potássio.
Um comparativo com a banana
Muitas vezes, quando falamos de frutas exóticas ou estrangeiras, é comum que as informações nutricionais não fiquem muito claras. Para evitar que isso ocorra, o ideal é fazer um comparativo com uma fruta que seja popular.
Dessa forma, a nutricionista, Sueli Longo, realizou um levantamento comparando as tâmaras com a banana prata.

A nutricionista ainda comenta que a banana tem mais potássio. Além disso, sem levar consideração o fator preço, a tâmara garante liberdade ao consumidor. “Quem está de busca um bom aporte fibras, deve optar pela tâmara. Entretanto se a opção foi o aporte de potássio, a banana é a melhor opção.” finaliza.
Que tal conhecer mais sobre outra fruta exótica? A Pitaya é chamada de fruta do dragão e também está ganhando a atenção dos brasileiros. Clique aqui para saber mais. E o Durian? Você conhece? Essa fruta exótica é até proibida em locais públicos de alguns países.
Fonte: Hortifruti, 24 de junho de 2019

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